terça-feira, 29 de março de 2011
Ninguém sabe.
domingo, 28 de novembro de 2010
Premonição
domingo, 12 de setembro de 2010
No escuro o meu respirar era a única coisa que se fazia soar pelo quarto, que agora fazia uma sinfonia perfeita
com minha barriga, ouvia o som dos carros e o mais intrigante deste silencio todo é que eu ouvia o barulho do próprio silêncio, quando repeti esta frase em voz alta eu próprio a achei estúpida mas o mesmo tempo tão verdadeira. Deitado com o peito para ci
ma olhava em frente vendo um nada perante aquela escuridão, era só eu mas o mesmo tempo sentia o mundo a surgir a minha volta… Uma lágrima libertava-se de mim quase consegui-a imaginar o brilho verde que agora surgia no meu olhar, mas ela não conseguia percorrer o seu caminho devido a minha posição, estava imóvel como eu, revi-me naquela lágrima com tanto a minha volta eu também me sentia preso agora, senti um aperto no meu peito e uma grande nostalgia atravessar o meu corpo, nos meus lábios nascia um sorriso trémulo. Eu estava confuso com aquela reacção do meu corpo, o buraco entre os olhos e o nariz que prendia a minha lágrima agora enchia-se obrigando as lágrimas atravessar a minha face, levantei o tronco da cama ficando sentado com pernas de chinês, chorei em silêncio, sem saber porque, tentei eu convencer-me a mim próprio múltiplas vezes.
O meu despertador foi a única coisa que se atrevera a quebrar aquele gelo que agora eu me envolvia, levantei-me deixando as marcas do sufoco na cama, estava pronto para voltar a sorrir assim que atravesse aquela porta que me privava do mundo, eu sabia que sorriso voltaria a iluminar-me a cara.
A chegar a porta no meu pensamento estava a duvida de qual das vezes o meu corpo agora se ressentia da falta de lágrimas, mas ao atravessar aquela porta tudo ficou nela não conseguindo resposta assim a minha pergunta... Os olhos dos outros o meu único problema era não ter problemas, mas não os culpo eu próprio as vezes me convencia do mesmo…
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Falso Testemunho
Eu não podia dizer… eu queria mas não podia… eu não escolhi… eu fui escolhido…
Lembro-me de estarmos na piscina a brincar e de no meio da brincadeira haver uma mão indiscreta, mas senti-me feliz era algo másculo tocar-nos assim uns nos outros! Era quase como uma prova da nossa masculinidade, ainda hoje não consigo evitar o sorriso quando penso nisso, fui tão ingénuo… sentia-me um deles nessa altura… O toque dele era como um passo para a minha integração do grupo dos mais velhos, era como se eu fosse um deles agora, eu com dez ou onze anos fazia parte do grupo dos de quinze ou dezasseis…
Espera… Houve mais… Mas é um bocado constrangedor falar disso… eu recordo-me que havia um jogo que nos íamos um a um o quarto dele e era a minha vez e fui, na ignorância da idade estava feliz era a minha vez agora, não lembro-me bem do que consiste o jogo, mas o jogo comigo foi diferente, o jogo que mudou a minha vida… Não consigo evitar, é algo que me marcou desculpa as lágrimas… Eu entrei no quarto, ele trancou a porta, eu não estranhei, lembro-me das palavras dele “Queria-te mostrar uma coisa mas não podes dizer a ninguém é uma coisa de mais velhos!”, lembro-me de esboçar um sorriso de felicidade plena, “era mesmo um deles!”, pensei.
Ele começou a despertar o botão das calças, o meu coração começava a acelerar, lembro-me de provavelmente ter corado um pouco, os botões tinham acabado, tinha uns boxers pretos e puxou-os para baixo e perguntou-me “Queres tocar?”, eu não reagi, senti o meu coração a querer sair do peito, “Nós costuma-mos fazer isto entre nós!”, naquele momento tudo se resumia aquilo “ser um deles”. Devagar levei a minha mão até o pénis dele, enquanto ele me desapertava as calças, puxou-me para baixo as cuecas e perguntou-me se queria que lhe fizesse o mesmo, acenei com a cabeça que sim, ele tocou-me no pénis, sentia algo que nunca tinha sentido, era agradável, ele perguntou se queria saber a que sabia apontado para o pénis dele, eu recuei, ele disse que fazia o mesmo com os outros, era algo normal, a medo aproximei a minha boca do pénis dele, ele avisou-me “Cuidado com os dentes!” pós a mão na minha cabeça e discretamente ia empurrando para baixo, era um sabor esquisito, nunca mais me esqueci do mesmo, durante muito o tempo senti-a o arder na boca o sabor… Senti-o a relaxar, e parei, ele disse que agora era a vez dele deitou-se no chão e disse para me por o contrario, mais tarde vi a descobrir que era o 69, era um prazer muito forte que senti quando a boca ele tocou no meu pénis, quase que não conseguia voltar a por o dele na boca com o prazer que sentira, não tenho a noção do tempo que estava no quarto, mas parecia-me que tinham passado anos, ele disse-me que queria experimentar uma coisa comigo, eu ia ser o primeiro, senti-me o importante, ele era o meu ídolo, mostrou-me a posição, obediente coloquei-me nela. Senti algo duro, a tentar perfurar-me era um dor insuportável, lembro-me de libertar um silêncio na espera de “assim como quer, som! através da surdez!” Ouvi um barulho do carro que o obrigou a parar de imediato ignorantemente não percebi porque, mas agradeci a dor era insuportável, a pressa vestiu-se e mandou-me vestir, dizendo que o jogo acabou…
Naquele quarto ficou o resto da minha infância, agora havia dor, os meus olhos nunca mais esqueceram, o meu corpo ficou machado, teias da aranha afastavam-me do mundo real, e agora era a minha vez de escolher, e eu escolhi-te a ti…
terça-feira, 29 de junho de 2010
Fénix
No mundo de máquinas autónomas, das palavras secas e dos actos duros e onde o amor não passava de uma ilusão de televisão, ganhei coragens para desafiar a gravidade.
Na mão trazia o copo, no coração trazia as palavras magoadas da solidão que a minha vida se transfigurava. Debruçava-me sobre o nada arriscando um tudo, convencia-me a mim mesmo que a culpa desse meu acto estava agora no copo vazio, que por falta de forças caia no chão, acreditei que ao embater no chão ia soar como um grito silencioso. Eu esperei sem saber pelo que esperava. Tinha medo de viver, mas sede de vida.
Naquele momento a minha vida resumia-se o vento que me passava na cara, as lágrimas que os meus olhos libertavam, invejando-as elas agora estavam livres e eu continuava preso a incerteza da certeza que queria mudar.
As tuas mãos que agora tocavam no meu corpo frio, tinham efeito de agulhas, o teu toque era tão real. Senti-me com uma Fénix e agora estava pronto para reaprender a viver.
Afinal o toque das pessoas que amamos fazem milagres o coração, e é para sempre?
segunda-feira, 14 de junho de 2010
"Silêncio"
Barbara Paz
domingo, 21 de março de 2010
Chama
…eras o apoio onde a cabeça repousava quando o mundo uivava os meus ouvidos, por ti os meus caninos cresciam, lutava esperneava, havia quem me dizia que fazia de mais, mas eu sentia que não, e que do outro lado da linha tu fazias o mesmo por mim.
Hoje a chama ardia mais alto que nunca, mas eu mantinha a firmeza no olhar, estava disposto a ultrapassar essa chama, porque sabia que por ti ela não me ia queimar, caminhei subtilmente, com um sorriso nos lábios que fazia o outro lado da chama desconfiar o que o meu pensamento criava, senti uma chama enorme a possuir-me o corpo uma como nunca senti, não sabia o que era, o olhar fraquejava, tinha ultrapassado a chama, mas agora olhava sobre mim, estava … senti que não valias a pena, a dor que a minha pela ressentia a dor, a dor que me fixes-te sentir mostrou-me que não valias o tanto que de mim te dei, eras simplesmente uma parcela da felicidade consumida que o tempo detonou.